Forever Young

Viver para sempre ? Impossível. Viver bem ? Depende só de nós...

Março de 2008: Juntando os cacos... clima pesado em casa.

Acordei no dia seguinte ( após ter contado aos meus pais que sobre minha sexualidade e sobre meu namoro com o Juan ) achando que fosse um pesadelo. Mas este havia apenas começado. Meus pais não falavam comigo e quando falavam, me olhavam atravessado. Passaram a seguir meus passos, mais do que nunca, como se eu fosse uma mulher infiel... achavam que pressionando, fariam com que eu me separasse do Juan e "voltasse" ao normal.

Mal eles sabiam é que eu transformava essa dificuldade em motivação para seguir em frente com meu namoro. Em momento algum pensei em deixá-lo, mesmo que eu fosse expulso de casa. Ele, pelo contrário, sempre racional, me aconselhava não arriscar tanto e dar um tempo para que a poeira abaixasse.

Nessa época cortaram a internet aqui de casa, achando que impediriam um contato meu com ele dessa maneira... e me proibíram de usar o telefone aqui de casa também. Os dois fizeram falta, mas na época eu tinha bonus da Tim pra falar com ele pelo celular e usava como válvula de escape: não podiam tirar meu celular, pois fui eu quem comprei!!

Minha avó ajudou a me criar e soube de mim da pior maneira possível.
Isso tudo tava rolando faltando pouco pro meu aniversário de 23 anos. Não pude vê-lo no dia, pois me seguiriam de todas as formas possíveis, até com tanques de guerra, se pudessem... Sendo assim, só fui na casa da minha avó, fiquei com eles lá. Ela sempre faz um bolo, alguma coisa no meu aniversário, desde que nasci. Nem minha mãe ficou com a gente, só meu pai.



No dia anterior, o Juan me levou pra escolher uma camisa de time de futebol, como presente de aniversário. Tenho ela até hoje, do Lyon ( FRA ). Ele contou pra mãe dele no mesmo dia que meus pais souberam do nosso namoro. Ela já meio que desconfiava e aceitou numa boa. Não sei se pelo fato de ele não ser filho único como eu, mas ela teve um comportamento exemplar com ele nesse caso ( ele tem mais 2 irmãos e uma irmã ). 

Na mesma semana, uma amiga da minha mãe, de longa data veio aqui. Sentiu o clima pesado entre todos e veio conversar comigo. Disse que já sabia mais ou menos o que tava acontecendo. Aproveitei e contei a ela, esperando ajuda. Na verdade, minha mãe tinha inventado uma desculpa pra ela e não tinha contado.
Quando ela soube que falei pra amiga dela, partiu pra cima de mim, com muita raiva, se sentindo envergonhada, enfurecida... a primeira coisa que ela fez pra se vingar foi ligar pra casa da minha avó e tentar contar pra ela. Quem atendeu foi a minha madrinha e ouviu a notícia da minha mãe enfurecida, dizendo que eu sou "viado". Minha avó acabou ouvindo também e ficou passando mal lá...
Foi um golpe baixo da minha mãe: ela sabia que eu era querido pela minha avó, por parte de pai e pela minha madrinha e que valorizava muito mais a elas do que meus parentes por parte de mãe.



A situação tava insustentável aqui. 
Tava com medo até de que minha mãe me envenenasse.
Meu amigo Marco ofereceu a casa dele para que eu ficasse um tempo. Mas fiquei sem graça... não saberia o que dizer à mãe dele. 
Na verdade contei a ele sobre minha sexualidade nesta época. Sabia que ele me apoiaria e também desconfiava que ele fosse gay também...
Eu tava certo: ele se revelou também e me apoiou como nunca nessa época de guerras em que eu precisava de super amigos, praticamente aliados. 
Foi até engraçado quando contei a ele... ele ficou surpreso, mas eu nem tanto quando soube dele. Tinha lógica: ele nunca falou de mulheres, nem namorou nenhuma desde que eu o conheci... também tinha uns gostos estranhos, que " queimavam o filme" tipo uma obsessão por Backstreet Boys... rsrsrs
A mãe deste meu amigo não sabe dele. Até desconfia, mas nunca teve provas. E eu sabia que se eu fosse pra lá, minha mãe faria da vida dele um inferno também.



Nessa época comecei a procurar emprego, mesmo recebendo seguro. Usava isso pra dar umas escapadas e ver o Juan. Íamos juntos nas agências de emprego. Rolava até uns beijos nos elevadores dos predios... rs
Em alguns dias a gente colocava 2 ou 3 currículos e passava o resto do dia passeando...
Eu tinha a esperança de que um dia pudéssemos nos ver sem ter que nos esconder.

Era um sonho em que valia a pena correr riscos.


14 pitacos nesse post.:

Caraca!que barra que tu passou, sua familia apelou, mas pode ser fase o começo é dificil...
Mas faz parte, por isso que assumir a sexualidade deve ser tudo bem planejado, analisar se os pontos positivos sejam maiores que os negativos, caso contrário, fica foda...
Mas quero saber como ficou sua avó diante essa situação...
Forte abraço!

 

Minha avó é bem machista... criou meu pai assim tb... ela fez vista grossa qdo soube e achou que fosse passageiro. Até hoje ela joga umas indiretas sobre quantas garotas to saindo... aquele papinho besta... Até parece, mesmo qdo eu só gostava de garotas nunca fui garanhão! rs Abcs!

 

Rumo a 1000 visitas no mês... será que consigo??
Façam suas apostas... farei um mês de blog no dia 17! \o/

 

Comentei no blog do Dino ( Homens Quentes ) e acho que muita gente veio pra cá... o blog passou de 700 visitas...

 

Rapaz.... Primeiro post seu que leio e me deparo logo com o seu outing... hahahaah.... Adorei...
Cara, eu tive muito medo que acontecesse o mesmo comigo, sabe? Por isso me privei tanto tempo de contar a eles. Mas felizmente minha familia me acolheu de braços abertos...
Eu posso imagiar a barra que você passou, e isso me deixa triste de certa forma também... Mas enfim, estarei aguardando os próximos episódios... XD

Um abraço, Rafael... Até o próximo

 

Valeu, cara... não deixa de ser uma série... e bem longa. O Ro Fers disse que vc é do RJ tb?
Abcs!

 

Comecei a ler seu texto, mas vi que tinha outras histórias anteriores. Li antes, para saber do contexto. Nossa, que situação difícil você passou com a sua família para poder amar quem você quiser. Quero saber como termina essa história.

 

Oi, Kamilla, seja bem vinda...
Realmente foi diícil, mas as dificuldades me fortaleceram demais... hj em dia posso bater no peito e dizer que se tudo não saiu como eu sonhava, pelo menos eu lutei. Tinha medo de ficar amargurado no futuro, remoendo que deixei de fazer, entende? Bjs!

 

O negócio é esse mesmo: fazer o que tiver de ser feito.

O que não dá é ficar com o peso do arrependimento de não ter feito nada.

Ansioso pelos próximos episódios!

Um abração!

 

Valeu, cara... hoje à noite postarei a continuação!! Abcs!!

 

Nossa , é realmente dificil isso Rafa... imagino pelo que vc deve ter passado.COmigo foi um pouco diferente: eu estava entrando em depressão e eles me arrumaram uma psicóloga , só que a vaca contava tudo o que eu falava pra ela pra eles , inclusive quando falei sobre minha sexualidade (processei ela por quebra de sigilo-paciente)e depois disso eu virei um fantasma pela casa , porém as coisas melhroaram agora ,apesar de nunca tocarem no assunto.
Ainda bem que vc tinha o juan do seu lado para ppassar por tudo isso =)

 

AMANDO E EM LETRAS GARRAFAIS ...risos.. tudinho o q escreve! tenho mto q ler e ñ vejo a hora!!!
Parabéns!

 

@Knn: Sua historia parece ter sido bem sofrida tb. Volte sempre que puder ao blog. Abcs!

 

@Lés Rose: Que bom que gostou. Em breve postarei mais. Abcs!!

 

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