Hoje fui visitar meus amigos na primeira loja onde trabalhei. É sempre bom revê-los e ser bem recebido. Alguns permanecem lá desde 2004, quando tive meu primeiro contrato de carteira assinada. Fiquei sabendo que uma grande amiga será mãe, o que me deixou feliz. Em contrapartida, fiquei sabendo que um ex-gerente nosso, muito querido veio a falecer.
Demoro muito a digerir esse tipo de notícia. Eu considerava muito ele, até porque nunca fui de gostar de membros de gerência, sempre achei que todos eram arrogantes e queriam ferrar os funcionários. O Sr Gouveia era diferente. Não implicava com pequenas coisas, não era de se estressar à toa... a idade também não permitia. Todos diziam a ele para parar de fumar, ele nunca parava. Era um velho teimoso, mas muito legal. A filha dele é uma pessoa adorável, que também trabalhou comigo: era sub-gerente e teve que sair para outra loja após a chegada do pai, pois a norma proibia que parentes trabalhassem na mesma loja.
Quando ele chegou à loja, transferido de outra unidade, trouxe muitas esperanças, principalmente pra mim. O gerente anterior favorecia à uma minoria restrita e maltratava o restante dos funcionários. Com o Sr Gouveia talvez eu tenha chegado ao meu auge profissional até ali. Ele acreditava no meu potencial e passou a me dar carta branca em vários setores como líder dos mais novos. Costumava dizer que eu sabia lidar com o ego dos mais antigos de loja, coisa que ele não tinha a mínima paciência.
Pra quem leu minha história no blog, lembrará da Angela. O Gouveia foi nosso gerente nessa época. Inclusive pediu a todos que não contassem da saída dela pra mim, temendo que meu rendimento caísse. Ele até brincou na reunião nomeando outra garota pra cuidar de mim após a saída da Angela. Todos riram. Ele falava muito palavrão, era impressionante. Eu levei uns filmes pra ele assistir, na época em VHS: ficou resmungando do John Malkhovic dizendo que ele nunca faz o papel de uma pessoa normal... rs
Ele era muito esquecido. Algumas vezes ele deixava o crachá dele comigo e ia embora. Eu ficava pra morrer: o crachá dele podia fazer muita coisa na loja, tipo tirar dinheiro do caixa, dar descontos, etc. A sub-gerente perguntava do crachá e eu dizia que não sabia. Não confiava em ninguém da gerência além dele e esperava o dia seguinte pra entregar o crachá na mão do Gouveia ( poderiam fazer besteira e falar que fui eu).
O velho Gouveia tinha um bigode branco, que lembrava o Leôncio do Pica-pau... eu ria muito. Mesmo após a minha saída da empresa eu tentava manter contato com ele por telefone ou pelo orkut, com a filha dele, para ter notícias. A esposa dele sempre dizia que eu era um dos poucos ex-funcionários dele que ainda se preocupavam. Soube do problema de saúde que ele teve ano passado e falei com a esposa dele, em novembro. Ela disse que ele estava se recuperando bem, inclusive tava feliz com a fase do time dele, o Fluminense.
Apenas hoje fiquei sabendo do falecimento dele, em dezembro. Ano passado eu até pensei em fazer um churrasco de ex-funcionários e chamá-lo. Achava que ele ia gostar. Na última vez que tive o prazer de falar com ele, deixei bem claro o quanto eu o considerava, por sempre ter acreditado em mim e por sempre ser humilde com as pessoas. Escrevo isso com lágrimas nos olhos, porque um ótimo ser humano, pai e profissional se foi. Fico lembrando dos momentos de alegria no dia a dia na loja que ele proporcionava...
Certo dia ele ficou lendo o jornal, bem no balcão de atendimento e observando os clientes. Daqui a pouco vem ele falar comigo:
- Eu adoro essas coroas que se acham garotinhas!!
Dando aquela gargalhada...
Uma pena ele ter ido, fará muita falta...
3 pitacos nesse post.:
@Noyara: Dicas são sempre bem vindas... ainda mais suas, madrinha do blog... rsrsrs
Vou ver isso! Bjs!
Ainda nao passou seu msn. Vc usa?
Ameiiii saber que sou sua dinda
Obaaaaaaaaaaaa..rsrs
Espero que possa cuidar direitinho do meu afilhado lindo e super inteligente
BjOOO MEU ANJO
TE ADORO
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