Forever Young

Viver para sempre ? Impossível. Viver bem ? Depende só de nós...

Filme recomendado: Doce Novembro ( Sweet November ).



“- Por que um mês?
- Porque é pouco tempo para se apaixonar, mas o suficiente para acontecer algo legal.”
Existem alguns filmes de romance que são inverossímeis, moralistas e tem uma história linear. Aliás, todo ano surgem um monte de filmes assim. Só que alguns deles conseguem se destacar por uma perfeita química entre o casal principal e o clima mágico que qualquer um gostaria viver na vida real. E é exatamente nesse escalão em que Doce Novembro se encaixa. É um filme com pequenos detalhes que o tornam tão especial, mesmo não tendo nada demais logo de cara. Gostoso de acompanhar, faz rir, faz chorar e faz pensar - mesmo com o moralismo claramente forçado - logo depois que a projeção termina. É um dos melhores romances da atualidade, mesmo com todos os defeitos que o acompanham.
A história pode ser um pouco forçada, mas revive um pouco da inocência da época em que o filme original (Por Toda a Minha Vida, Sweet November, de 1968) foi produzido. Nelson Moss (Keanu Reeves) é um publicitário que não faz mais nada na vida além de trabalhar arduamente em uma empresa junto com seu fiel companheiro de trabalho Vince (Greg Germann), chato e que se acha o tal. Nas vésperas de uma grande apresentação, ele deixa sua namorada Angélica (Lauren Graham, em uma ponta apenas no filme) e tudo o que for relacionado a vida pessoal em segundo plano, menos a renovação da licença de motorista, obrigatório para qualquer cidadão - mesmo os mais ocupados e importantes, como Nelson. Durante essa prova Nelson conhece da forma mais inusitada Sara Deever (Charlize Theron), bela loira de ações meio loucas.
Ela o convida para morar um mês com ele, obviamente Novembro, e usa como argumento sua vontade de ajudá-lo a sentir a vida, e não somente o trabalho. A relação entre os dois é o ponto que o filme trabalha, pois Sara é exatamente tudo o que Nelson havia esquecido em sua vida. O filme a usa como artefato para trabalhar todos os sentimentos que assombram muitas pessoas nos dias de hoje (o que mantém o filme original atual), o amor, uma razão para viver, essas coisas piegas, mas que continuam funcionando. E são esses sentimentos que cativam o público de modo a pensar em suas próprias vidas, o que é certo ou errado, o que está faltando ou não - o ponto moralista que pode desagradar alguns que citei no início. Até por ser meio inocente, como falei anteriormente, e por em xeque algumas ações dos personagens do dia de hoje (o famoso pensamento ‘dinheiro não é tudo’).
Só que esse relacionamento é todo marcado por belíssimas situações, como quando Nelson vê Sara passear com os cachorros pela praia, livre, feliz, com as pequenas coisas da vida. Ou então quando ele pára Sara no meio da rua, de surpresa, e começa a entregar as rosas, com a mais perfeita trilha sonora para a cena ao fundo. São de cenas como essas que um romance se faz de verdade, e Doce Novembro é muito feliz nesse sentido. As situações não são bobas como muitas comédias românticas, mas mesmo assim encantam com sua simplicidade.
Alguns acusam ser uma cópia descarada de Outono em Nova York, porém... Esqueceram que eu falei que Doce Novembro é um remake de um filme de 1968? Ou seja, se alguém copiou alguém por aqui, foi Joan Chen e seu Outono. Lógico que Doce Novembro também não é um poço de originalidade, pois tudo o que tem mais de clichê em termos de personificação está aqui. O personagem de Reeves é chato no início e serve como um espelho para o que o público deve sentir dele com o desenvolvimento do filme, aos poucos vai ficando amável e se redescobrindo. Pena que ele não seja um bom ator, pouco expressivo, de voz muito grossa e pouco convincente (incomoda menos do que o tradicional neste filme, pelo menos). Talvez ele seja perfeito para o início do filme, mas na parte final já, por exemplo, sentimos mais o que está rolando pela personagem de Theron, que recentemente esteve em Uma Saída de Mestre. Ela encarna muito bem a doida impulsiva que quer dominar e curar Nelson por um mês. Óbvio que a química entre o casal foi reaproveitada de O Advogado do Diabo, primeiro filme em que o casal contracenou junto. Linda, com o charme necessário para a ‘riponga’, como Nelson mesmo a chama em certo momento.
Mesmo tendo destacado vários defeitos do filme, é possível perceber que o diretor (Pat O’Connor, de A Dança das Paixões e Adeus à Inocência) utilizou todos esses defeitos a seu favor, pois o filme funciona, e muito bem. Nada é exagerado e as três doses - romance, comédia e drama - estão muito bem distribuídas, de modo que nunca fica cansativo. Os personagens secundários também, Vince, Abner e, principalmente, Edgar Price (em ótima ponta de Frank Langella) servem como confirmadores de toda a mudança psicológica que Sara está fazendo em Nelson no decorrer da história. O roteiro balanceia bem o uso dos personagens e dá ótimas participações para cada um, além de frases bem marcantes para alguns dos principais (como a que eu abri esta matéria, pena que na tradução do DVD tenha saído algo tão menor, uma frase tão menos impactante...).
Lógico que um bom romance precisa de uma boa trilha sonora para funcionar. O tema de Doce Novembro não foge à regra e, mesmo somente com o trailer, você já fica encantado com o clima que a música te apresenta, em uma linda interpretação de Enya para ‘Only Time’. O bom é que Pat também não a usou de maneira exaustiva, como acontece com o belo tema no clássico Dr. Jivago, por exemplo, que de cinco em cinco minutos é tocado, desgastando-o. Ele entra exatamente nos momentos certos, colocando a emoção pra trabalhar. Na trilha existem outras excelentes músicas, é um dos CD´s de trilha que valem realmente a pena se ter na estante da sala ou na prateleira do quarto.
Uma das coisas que eu mais gostei é que o filme não nega a realidade que ele contextualizou durante sua duração para ser mais comercial. Termina do modo que deveria terminar, mesmo que desagrade a muitos que assistirem, mas como a própria Sara diz a Nelson certo momento do filme, o mês é dele, e não dela, portanto fica totalmente plausível os acontecimentos finais. E, mais uma vez, competente direção de Pat, que nunca deixa que o drama ou o romance roubem a fatia de bolo do outro, dosando, e emocionando, de uma maneira que poucos filmes do gênero conseguem fazer atualmente.
Deu para perceber que eu tenho um carinho todo especial pelo filme, pois gosto desse tipo de mensagem, de valor a vida, de filmes que nos façam sentir vontade de viver, mesmo que exagere em certo moralismo e tenha tanto clichê. Meus amigos mesmo aqui de CinePlayers não gostam tanto assim do filme, e eu respeito a opinião deles, só estou dizendo isso para provar que não é todo mundo que vai se apaixonar (e engolir, hehe) Doce Novembro como eu. Mas fica a dica para ser visto naquele final de semana junto da pessoa que gostamos, pois o filme pede esse tipo de atenção.




PS: Adorei esta crítica. 
Estava pesquisando sobre o filme e sobre relacionamentos "relâmpagos".
 Eu tive 3 desses. Acho que na devida época e circunstância é valido qualquer tipo de aventura.

Assisti este filme pela primeira vez com o Juan, quando ainda éramos amigos. 
Mesmo assim, não deu pra conter as lágrimas... rs.





3 pitacos nesse post.:

Oi Rapha, tem um desafio pra ti lá no blog. Dá uma olhada depois.
Forte Abraço!

 

esse filme é otimo, e essas estórias de amores que vc duram pouco me encantam...

 

Eu simplesmente amo esse filme
eu ja assisti mais de 10 vezes e sempre choro muito
É o filme mais lindo que eu ja vi
Vale a pena assistir

 

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