Fiquei um tempo sem postar sobre essa história, porque ando esquecendo algumas coisas. Minha memória não costuma falhar, mas dá sinais de cansaço... rs.
O ano de 2009 começou com o sentimento de que eu não era o bastante pra ele, porque permiti que ele gostasse de outro cara. Comecei a ficar paranóico pensando no que deixei faltar a ele pra que isso acontecesse.
O Juan deixou bem claro que nunca falaria pro cara do trabalho o que sentia, por respeito a mim, por não ter atitude pra isso e porque achava que ele era hetero. Cheguei a pensar que ele sentia pena de terminar comigo pra se arriscar com esse supervisor.
Na verdade foi a época em que começamos a notar todas as nossas diferenças. Vivíamos na sombra do que foi o nosso início perfeito de relação e não conseguíamos voltar àquele nível, seja de amor, seja de compreensão, seja de confiança... ele se deu conta de que eu não era nenhum príncipe encantado e eu de que ele não estava disposto a se arriscar por mim.
Não sei se arriscar é a palavra certa, mas sempre dei " a cara pra bater " quando se tratava do nosso namoro. Comprei briga com Deus e o mundo. Defendia nossa relação com unhas e dentes de tudo que vinha de fora. Paguei um preço alto por isso: me afastei dos meus pais, um pouco dos meus amigos, até de alguns hobbies... mas foi tudo de uma forma tão instintiva que eu não notava. A paixão somada com o amor faz isso conosco.
Ele, em contrapartida, fazia o básico. Nunca me surpreendia em nada em questão de afeto. Chegava a ser seco. Eu sabia disso quando quis namorar com ele, mas não sabia que me afetaria tanto. Detesto estar em segundo plano e às vezes ficava em terceiro, atrás da família dele e do trabalho.
Aliás nessa época apareceu a chance de mudar de turno no meu trabalho. Aceitei na hora, sem pensar. Passei para o turno da manhã, para ter mais um tempo com ele. Eu sairia às 15:00hrs. Ele saía às 16:00hrs. Ficava esperando ele sair na maioria das vezes, levava ele em casa e tudo... pegava trânsito, gastava dinheiro de passagem na época e tudo. Mas parecia que não tinha muito valor pra ele. Se tinha, ele nunca demonstrava. Chegou a comentar que só mudei de horário pra ficar seguindo os passos dele, etc. Esse tipo de ingratidão foi me tornando amargo, cada vez mais...
No nosso aniversário de namoro viajamos pra Petrópolis, mais pra não passar em branco. Mas não havia muito o que comemorar. O passeio foi legal, mas ele confessou que tinha dúvidas sobre o sentimento que tinha por mim... achava que se sentia culpado pelo que passei pra estar com ele e se via na obrigação de estar comigo. Falei que não queria que fosse assim, que eu não precisava disso.
Foi um aniversário de namoro um tanto quanto melancólico.
E termino aqui a 1ª temporada dessa série... resolvemos deixar o tempo agir. Mas nunca fui fã disso, sempre quis resolver com minhas próprias forças. Nessa época, quando pensava nele ouvia a música "Black is the colour" da minha banda The Corrs. É uma regravação e acho a música linda, principalmente o refrão que me lembra ele. Segue a letra, com a tradução, a quem interessar...
2 pitacos nesse post.:
Eu queria um dia poder ter o dom de entender essas coisas do amor que nos permite entre outras coisas deixar de ser quem somos para ser alguém que precisamos ser.
Passarmos até por cima dos nossos próprios valores, ignorar tudo aquilo que acreditamos ser correto para desbravar um mundo infernal.
Mas... será que isso é coisa de amor mesmo?
Não, o amor não nos leva a agir assim.
www.meioameioblog.blogspot.com
@Euzer: Pode ser amor misturado com posse e orgulho... abcs!!
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