Niver de 2 anos do FY : O tempo Vs Relacionamento . Por Edílson Cravo.

Quando recebi o convite do querido Raphael, me senti profundamente lisonjeado e surpreso ao receber a missão de produzir um texto que falasse da relação tempo Vs relacionamento. Achei um tema pertinente e confesso que me senti à vontade para falar de algo que é um assunto recorrente no meu blog . 

Esta postagem integra um grupo de postagens de alguns amigos blogueiros do Rapha e foi feita especialmente pro Forever Young em virtude do seu 2º aniversário, espero que a apreciem tanto quanto eu ao produzi-la. 

Um beijo grande.

Acho que antes de mais nada devemos dizer que quando duas pessoas se juntam, resolvem assumir um relacionamento amoroso precisamos ter em mente que estão se juntando não apenas duas pessoas, mas como também, duas histórias de vidas distintas, que vieram de diferentes formações culturais, afetivas e familiares. Precisamos também ressaltar que o amor não sobrevive a egos inflados, portanto pra início de conversa, aprenda a domar o seu para poder conviver com outra pessoa. Acho que são determinadas premissas que não podem (e não devem ser esquecidas jamais).

O ato de relacionar-se seja em qualquer esfera, é algo complexo e trabalhoso. Não pense você que é algo fácil e simples, porque não o é. Talvez isto explique o número de pessoas sozinhas, que se tornaram profundamente egóicas e individualistas pois não possuem preparo psicológico adequado para lidar com o outro. A máxima de Gikovate explicita perfeitamente o que quero dizer: “Só vive bem com o outro, quem vive bem consigo mesmo”. Não dá, é impraticável estabelecermos vínculos afetivos se antes não tivermos aparados nossas arestas, nossas mazelas afetivas. Começa errado quem pensa que a outra pessoa tem o papel de completar algo. Não, não pode ser assim, porque ao pensarmos assim estamos assumindo que o outro vem para nos completar e que não somos seres inteiros. Ao invés de falar: quero o outro me complete; diga: quero o outro agregue coisas a minha vida.

Com o tempo aprendemos a lidar com as nossas deficiências, fantasmas, dificuldades. Na medida que vamos nos conhecendo melhor vamos melhorando a nossa relação com o nosso parceiro/a. Aprendemos todos os dias um pouquinho mais. Errado quem pensa que não se aprende, não se agrega novas coisas com o companheiro. Nós somos a soma de tudo que vivemos, ouvimos, vemos, lemos, os lugares por onde passamos, por isto, a experiência do relacionar-se é tão importante. Em alguns momentos estaremos mais receptivos, harmonizados com o nosso parceiro, as afinidades estarão mais acentuadas, mas em outros sentiremos uma desconfortável sensação de estranhamento, de pensarmos em abandonar tudo, jogarmos a toalha, terminarmos o relacionamento, mas neste exato momento devemos pesar os prós e os contras, reavaliarmos nossas historias, a historia que construímos com os nossos parceiros/as. Às vezes se faz necessário terminar, às vezes não.

A arte do relacionar-se está totalmente ligada ao respeito ás diferenças, pois se eu sei que sou diferente de outra pessoa, preciso ter em mente que todos somos distintos e teremos impulsos e reações díspares. Não é viável manter um relacionamento de longa duração se nós não conseguirmos nos desprender do nosso ego, da nossa mania de querermos sempre estar sempre certos e imputar ao outro a culpa quando algo dá errado. Ambos acertam e erram em uma relação e isto precisa ficar muito claro. Se você que está me lendo tem vontade de relacionar-se afetivamente com outra pessoa pense bem nestas coisas. O amor se constrói no dia-a-dia, no convívio com as diferenças, sabendo respeitar limites, com bastante diálogo, compreensão, amizade e boa vontade. Não se cresce sem dor, sem sofrimento. As coisas não serão sempre um mar de rosas, mas se você quer que seu relacionamento deslanche de uma vez por todas, saiba que sem perseverança e respeito não conseguimos construir nada.

O tempo chega para nos trazer aquela paz, aquele olhar de serenidade que antes não tínhamos. O tempo nos traz o amadurecimento que só adquire quem já sofreu por amor e hoje busca acertar. Quando uma das partes pede um tempo não está necessariamente querendo terminar, está apenas querendo reavaliar a relação e tentando melhorar pra si mesmo e para a outra pessoa. De repente no “tempo”que se pede estamos de uma certa forma pedindo um pouco do ar que nos foi retirado, do espaço que nos foi roubado (porque deixamos obviamente...rs). Infelizmente muitas vezes o amor que deveria ser uma coisa leve, gostosa e prazerosa nos sufoca e neste momento precisamos parar, pensar e reavaliar nossas condutas. Não existe uma cartilha para quem quer amar, amar se aprende amando. Amar é o exercício diário da generosidade e respeito ao próximo.

Edílson Cravo

Blog Lua2Gatos

Pessoal, o Edílson tratou do tema de forma pertinente e brilhante. Achei interessante pedir a ele para esse assunto, pois o Edílson assim como eu, se esforça para manter uma relação duradoura. E o ser amado tem muito mais diferenças do que semelhanças com ele, assim como acontece comigo e com Juanzito. 

Enfim... obrigado, Edílson e estou adorando estes posts especiais. É uma forma de interação diferente para os 2 anos de blog. Afinal, qual seria a graça de ter um blog se não houvessem nossos amigos blogueiros ? 

Até a próxima !

Raphael Martins